Renata respira, cria, recria. Renata Carneiro clama com firmeza sem rodeios, sem dúvidas na plenitude dos seus traços, risca o infinito da tela com pedaços de cor e rimas harmonizadas. Lembra os raios que roubam a intimidade quando entram pela janela; captura ao espectador para inquietar-lhe o alento e conceder-lhe os ensaios de uma artista integral.
Cinza, vermelho, preto. Azul fracturado. Branco livre.
Renata agita cada obra, sua composição é um retiro de paz como um rio de águas tranquilas onde a sua violência é oprimida.
Renata Carneiro arremete contra a reprodução de normas correntes reinventando a sua própria pintura em cada obra que partilha.
Estabelece vínculo com a perspectiva até ao ponto de perder a razão, convicta de que na sua percepção reside o ritmo cardíaco que a leva a pintar.
Mikel Alvira
2017